sábado, 19 de novembro de 2011

Historias do Bairro Belo Horizonte . IX Edição da FAC ( Feira de Artes e Ciências)


A história de Dona Josefa

Por volta da década de 90, aqui no bairro Belo Horizonte, havia uma senhora que se chamava Dona Josefa, ela morava na rua que hoje é chamada Rua Rio Vermelho. Ela morava sozinha numa casa bem simples, feita de barro e coberta de palha e não tinha nenhum parente.
Dona Josefa fazia parte do apostolado da igreja católica, que é conhecido também como círculo de oração, ela tinha uma deficiência física por este motivo todos os dias alguém do círculo de oração ia lhe visitar.
Um dia ela foi dormir e não acordou mais, então os vizinhos descobriram que ela estava morta, e como naquele tempo não havia funerária e nem caixões prontos, os homens da vizinhança tiveram que fazer um caixão para ela, porém teve um problema na construção do caixão, pois naquele tempo os caixões tinham as tampas retas e a perna da Dona Josefa era tipo triangular, porque ela tinha o joelho duro e não dava para fechar o caixão, assim os homens ficaram discutindo o formato da tampa do caixão.
Antigamente nos velórios as pessoas sempre levavam lanches, chegando ao local colocavam as coisas encima de uma mesa e iam velar o defunto. Era uma época também que não tinha energia, então os moradores se viravam com o lampião ou a lamparina.
Quando a noite chegou os homens ainda estavam discutindo sobre a construção da tampa do caixão de Dona Josefa, foi então que apareceu um bêbado e perguntou:
- Por que vocês não ajeitaram a perna da senhora?
Os vizinhos responderam:
- Porque não dá mais para arrumar, já resolvemos como iremos fazer a tampa.
E o bêbado não deu ouvidos para o que eles disseram, e resmungou:
- Que nada, já arrumei muitas pernas que tava desse jeito!
Depois de alguns minutos o bêbado pegou um tamborete, colocou perto da mesa onde estava o caixão e subiu, colocou uma mão encima da outra e com muita força bateu no joelho duro de Dona Josefa, então foi quando o corpo já endurecido da senhora levantou e ficou na posição sentada e soltou um grande arroto, neste momento todos que estavam na sala ficaram doidos e saíram correndo da sala, a lamparina que iluminava a sala caiu e ficou tudo no escuro, e todo mundo caçando a porta, e a porta era pequena, alguns saíram pela janela, foi um empurra, empurra danado.
Alguns minutos depois a agonia passou, estava tudo no escuro, o corpo da Dona Josefa no chão, uma das vizinhas que estava com um filho pequeno e que não saiu na hora da confusão, resolveu procurar a lamparina, ascendeu e ficou procurando à senhora morta dizendo:
- Dona Josefa... Dona Josefa... Dona Josefa... – e nada.
Depois que a vizinha constatou que ela estava morta mesmo, que não havia ressuscitado, foi até o terreiro e chamou os vizinhos dizendo que a Dona Josefa estava morta e que eles podiam voltar para terminar de velar o corpo, assim todos voltaram menos o bêbado que foi o primeiro a sumir e nunca mais apareceu.
Texto cedido pelo:Professor Pedro Chaves
Professra Seane

http://mapas.acharei.com.br/historia/brasil/estado/pa/cidade/maraba/44261/mapa-de-maraba.html


 

2 comentários:

  1. Este ano a escola está de parabéns, por ter valorizado a historia do bairro belo horizonte... assim tambem tratando da cultura desta região, pois cada bairro tem uma identidade particular...

    ResponderExcluir
  2. Sou aluno da escola Paulo Freire a um ano, e gostei muito de participar da IX FAC, o Tema com que trabalhei foi patrimônios do bairro, e gostei muito! acho que é importante saber um pouco mais do lugar onde se vive, para que essa linda história não se perca no emaranhado de tarefas que fazemos no nosso dia-a-dia...
    Valeu escola Paulo freire, por esse Grande ano de vitórias!

    ResponderExcluir

Fique à vontade para fazer seu comentário...